terça-feira, 13 de outubro de 2009

Investiguemos o "MST", porque não?

Sou totalmente a favor do governo Lula. Porém acontecem algumas coisas que me fogem a compreensão. Não permitir que se investigue as arbritariedades do MST, é uma delas. Este movimento que: a cada dia consegue ser mais absurdo que no dia anterior, de há muito deixou de ser respeitável e portanto passou a ser merecedor de sérias investigações para coibir os abusos que vem cometendo. Senhor presidente, estou com o senhor, mas não comprometa a sua credibilidade, com certos parceiros que não lhe merecem.

6 comentários:

  1. Amigo, foge à sua compreensão que não se queira uma CPI do MST. No meu ponto de vista, ao contrário do seu, é perfeitamente compreensível que não o queiram. É revelador que não queiram CPI que se pretende investigar um movimento que sequer tem existência legal. Ora, o que dizer de um governo que se dispõe a apoiar sem reservas um movimento ilegal e criminoso? E esse apoio não é acidental, meu caro, coisa surgida ontem. PT e MST sempre estiveram juntos. Os líderes e pessoas simpáticas a esse movimento ocupam cargos no governo. Lula sempre esteve com eles. Não acha então que isso nos diz muito a respeito de Lula? Ora, você mesmo admite que tal coisa pode comprometer-lhe a credibilidade. No meu ponto de vista, já comprometeu. E não é de agora, mas de longa data, quando decidiu apoiar um movimento político que se esconde sob o disfarce de "movimento social". A respeito de credibilidade de Lula, o amigo já ouviu falar de Paulo de Tarso Venceslau? Conhece a história dele e porque ele foi expulso do PT? Procure conhecer. E Roberto Teixeira, conhece? Você acha que merece credibilidade alguém que, nos dez anos do Plano Real, diz, em cima de um palanque, que este foi um plano mirabolante igual aos planos Cruzado e Collor? Praticamente na mesma semana, em entrevista à revista Veja, Guido Mantega dizia o seguinte: "Ele (o plano Real) foi importantíssimo, por ter abandonado a filosofia do congelamento que norteou os planos antiinflacionários que vieram antes. Seu grande mérito foi conseguir um controle da inflação dentro de padrões de mercado. Havia uma leniência generalizada com a inflação e com o descontrole fiscal. Os bancos, a classe média, os empresários e o próprio governo tiravam proveito da inflação. Antigamente, sem saber se a economia continuaria crescendo, o empresário brasileiro não aumentava a produção, mas o preço. Essa mentalidade não existe mais. Hoje o empresário brasileiro compete por fatia de mercado, não mais por margem de lucro. A sociedade incorporou o combate à inflação como dever básico do governo. Assim como a responsabilidade fiscal. A cultura do desperdício foi substituída pela filosofia da responsabilidade. Hoje, independentemente das ideologias que norteiam os governos, o princípio da responsabilidade fiscal foi consolidado. Foi uma grande contribuição do governo anterior, dos tucanos."

    ResponderExcluir
  2. Então, amigo, com quem está a razão? Com Guido Mantega, que afirma que o Plano Real foi fundamental para a estabilização e mudança de mentalidade no país, ou com Lula, que na mesma semana comparou o plano Real ao Plano Cruzado? Merece credibilidade alguém que faz isso? O que vc acha da fala de Lula, logo depois de eleito de que "quando a gente é oposição vive de bravata, mas agora no governo é diferente"? Você acha que merece crédito alguém que confessa que construiu sua carreira na base da bravata? Você não acha que as qualidades atribuídas a Lula são exageradas e que isso se deve muito mais a uma questão de simpatia do que algo que se baseie na realidade? Veja só, quando inventaram que FHC disse "esqueçam tudo que eu escrevi" foi um barulho danado,não? E ele nunca disse isso (e não vejo nada errado se tivesse dito, desde que houvesse motivos para mudar de opinião). No entanto, Lula pode dizer coisas do tipo "nunca fui de esquerda" ou "eu sou uma metamorfose ambulante", e é aplaudido. Diga-me, porque não colocaram ninguém do PT na direção do Banco Central? Por que não colocaram o Mercadante, por exemplo? Em vez disso, colocaram um tucano! Não acha isso estranho? O amigo já ouviu falar do Foro de São Paulo? Sabe que Lula é um dos fundadores? Você falou de "parceiros que não lhe merecem". Ora, um dos parceiros de Lula no Foro são as Farc! Acha que Lula as merece e vice-versa? Sei o que é esse governo e o que é esse partido, o PT. Sei de seu ranço autoritário e de suas estratégias mirabolantes de poder. Sei da sua desonestidade e da máquina de calúnias. País nenhum pode dar certo assentando no populismo, na mentira, no autoritarismo e na corrupção. Lula não é o que você pensa. É so prestar atenção na sua vida, nos seus discursos e nos fatos. Ah, mais uma coisa, nunca dantes nesse país um partido confessou tão abertamente suas intenções e o atraso de suas teses como fez o PT (já desinibido pela popularidade de Lula) no vídeo de seu terceiro congresso. É só conferir o PT apresentado pelo próprio PT. Veja lá, veja quem eles apóiam. Veja que tipos de regimes são tidos como resultado de uma estratégia bem sucedida baseada nos princípios do Foro de São Paulo (cuja existência, até há pouco tempo, era negada).

    http://www.youtube.com/watch?v=VNPjm0qfByc

    Não sei se o amigo comunga e defende ideologias totalitárias de esquerda. Se acha que esse é o caminho, aí, realmente, você é coerente quando apóia Lula e seu partido.

    ResponderExcluir
  3. Sr. Mario,
    Agradeço mais uma vez a sua visita.
    trabalhei uma resposta onde agradeci o seu comparecimento e as informações que me deu, e ao trasmiti-la o sistema ou enviou sem dizer ou apagou tudo.
    Para que não volte a contecer vou redigí-la e enviá-la posteriormente, espero que pelo menos esta lhe chegue...

    ResponderExcluir
  4. Sr. Mario,
    Muito me alegrou a sua visita e os esclarecimentos que dela vieram.
    Nosso ponto de vista é convergente em relação a diversos pontos, senão vejamos:
    - Quanto a necessidade de investigação
    - Quanto a intolerância ao uso e abuso por parte dos integrantes do movimento em locais e ocasiões diversas
    - Quanto a reconhecermos o valor do Plano Real e do seu mentor.
    Mas, há que se reconhecer também o valor e a coragem que teve o "Lula" em mantê-lo, quando a maioria dos "seus" era contrária.
    Meu caro senhor Mario, não sou político e nem faço política porém, ela está presente em tudo. Não há como fugir dos assuntos importantes, e por trás de todos êles ela lá está. A pergunta que o senhor faz quanto ao Banco Central
    me motiva, mais uma vez, a aplaudir a decisão de não mudar a orientação que vinha sendo seguida; e com isso, criar condições de chegarmos à posição em que hoje estamos, de crescimento econômico e social apesar de toda a roubalheira, da qual o senhor fala, e com razão.
    Ao final, concordamos mais do que discordamos.
    Não defendo nenhuma ideologia autoritária, e nem desmandos de qualquer ordem.
    Mas, vivi a inflação, sofri com a sua crueldade e por isto sei que estamos bem melhor.
    Mais uma vez obrigado pelas informações e gostaria de conhecer o seu blog, para lê-lo também.
    severino coutinho
    recife-pe.

    ResponderExcluir
  5. Prezado Severino, Eu é que agradeço a oportunidade de aqui postar minhas opiniões de discutir com o amigo a respeito da política em nosso país. Sim, muitas de nossas opiniões são convergentes. Mas, na questão do mérito de Lula em dar seguimento às políticas econômica e monetária, creio que isso não seja exatamente meritório, dado que as políticas eram acertadas e Lula não é burro, nem tampouco louco. Mas, não podemos negar que essas reformas vieram de governos anteriores (Collor, Itamar e FHC), sob forte oposição da bancada petista. Eles sempre foram contra qualquer medida modernizadora, seja no âmbito da economia, seja no âmbito da gestão da máquina pública. Há um jogo de privilégios e interesses, e as medidas, seja por contrariar interesses ou atacar certos mitos arraigados no coração dos brasileiros, foram bastante impopulares, particularmente aquelas adotadas no governo FHC. Tudo a seu tempo, as medidas modernizadoras se fizeram necessárias para que o Brasil adentrasse no século XXI e pudesse participar da economia globalizada. Collor, por exemplo, abriu a economia ao mercado externo. Acho que o fez menos por convicção e mais por uma exigência peculiar ao período. O PT foi radicalmente contra a abertura econômica, mas hoje não perde oportunidade de exaltar os números favoráveis de nossas exportações, como se tal coisa resultasse de alguma medida sua ou da inciativa de Lula. No período Itamar/FHC, o real foi tratado pelos petistas pela alcunha de "a mentira do Real". Como o amigo mesmo ressaltou, sabemos bem que o plano não foi uma mentira e que deu certo, plantando as bases da estabilidade e nos livrando da hiperinflação. Foi graças à privatização que o setor de telecomunicações pode ser modernizado. Sem isso, não estaríamos eu (cá em Maceió) e você (em Recife) a teclar via internet banda larga. Lembra do tempo em que telefone era bem a ser deixado em testamento? Era um Brasil muito diferente e atrasado em termos de telecomunicações. Como já falei acima, onde o amigo enxerga méritos do atual governo no seguimento da política econômica, eu enxergo o bom senso. Repare nesse trecho do livro de memórias de Alan Greenspan (A Era da Turbulência), ex-diretor do Banco Central americano (FED): "O mundo deve sentir-se aliviado por nem todos os populistas carismáticos se comportarem como Chávez e Mugabe, ao assumirem o cargo. Luiz Inácio Lula da Silva, populista brasileiro com grande séquito, foi eleito presidente em 2002. Antecipando-se à sua vitória, o mercado de ações brasileiro caiu, as expectativas de inflação subiram e os tão ambicionados investimentos estrangeiros recuaram. Mas, para surpresa da maioria, inclusive a minha, ele manteve em boa parte as políticas sensatas do Plano Real, que Cardoso, seu antecessor, adotara para combater a hiperinflação brasileira de princípios da década de 1990. (...) Desde a estabilização de 1994, a inflação do Brasil está sob controle, à exceção do transitório surto de preços durante a crise da desvalorização cambial de 40%, em final de 2002. A economia vem apresentando bom desempenho e o padrão de vida está subindo. Sem dúvida, o fato de a desvalorização cambial não ter desencadeado mais que uma breve erupção de inflação pode ser atribuído mais às forças desinflacionárias globais que às políticas públicas internas, mas a economia brasileira parece estar funcionando em favor do povo brasileiro." Repare, Severino, que a avaliação não é diferente da que foi feita na revista The Economist da semana passada, onde o Brasil foi capa (reportagem O Brasil Decola).

    ResponderExcluir
  6. A matéria da The Economist ressalta o bom momento vivido pelo país, mas alerta para as nossas fraquezas, a principal delas seria a arrogância, ou seja, esse ufanismo exagerado que toma conta do governo e o leva a se descuidar dos gastos públicos. Segue trecho da reportagem: "Lula está certo em dizer que o País merece respeito, assim como ele merece muito da adulação que hoje desfruta" "Mas ele também tem sido um presidente de sorte, colhendo as recompensas do boom das commodities e operando a partir da sólida plataforma para o crescimento feita por seu predecessor, Fernando Henrique Cardoso." "O País está passando por seu melhor momento desde que um grupo de navegadores portugueses chegou às costas brasileiras, em 1500" No entanto: "Assim como seria um erro subestimar o novo Brasil, também seria encobrir suas fraquezas. Algumas são deprimentemente conhecidas" afirma a revista. Entre os problemas, a The Economist cita o crescimento acelerado dos gastos públicos, os baixos números de investimentos, a violência, e problemas na educação e infraestrutura, que deixam o País ainda atrás da China e Coreia do Sul - como lembrou o blecaute desta semana." Veja, Severino, eu não sou tucano. Mas reconheço que o governo de FHC foi quem realmente mudou a face do país. Os resultados surgem agora, pelo seguimento dado a políticas implantadas noutro momento, algumas ainda do governo Collor. Minha maior crítica ao governo Lula nem é tanto sobre a corrupção. Mas à paralisia. O governo em vez de governar e continuar melhorando o estado brasileiro, prefere viver de propaganda e do auto-elogio. Não gosto disso. Se a lisonja para com outrem já é algo de que se pode desconfiar, o que dizer da facilidade e da frequência com que esse pessoal se auto-elogia e exagera os próprios feitos (e ainda completando com mentiras e calúnias a respeito dos adversários). Não confio em quem assim procede. Creio que vivemos um momento político bastante delicado e importante no Brasil. Constato que as instituições (congresso, judiciário) sairão mais enfraquecidas e manchadas após os 8 anos de Lula, e isso não é bom. Sou um pouco pessimista, pois não vejo lideranças à altura dos desafios a serem vencidos em nosso país. Se por um lado a economia goza de estabilidade e é grande o otimismo em relação ao crescimento dos próximos anos, o modo como se vem fazendo política nesse período pode comprometer tudo. Bem, é isso. Vá desculpando o longo comentário. Abraços!

    ResponderExcluir