Fazendo uma gravação ao vivo o Senador Roberto Requião apresentou um credo por ele elaborado, onde conclama a adesão de todos; com a finalidade de uma salvação nacional.
Todos os pontos que o senador diz crer e não crer, neles nada de novo há (criação de empregos, justiça desvinculada da política, imprensa isenta, educação de qualidade, etc...), são itens que devem constar de qualquer governo que se poste, com seriedade, na obtenção do bem e da paz social.
Desmerecer tal intenção ou intenções não é o meu propósito, o que pretendo é mostrar que é tudo, apenas, mais do mesmo. O senador tem sido uma figura impar no congresso desde sempre.
Batalhador, de posições bem definidas, e sempre apresentando caminhos, possibilidades, saídas, porém não encontra eco entre os seus pares.
Está quase sempre só, pelo menos dentro do seu partido. Lembro ter sido dele a primeira voz que se opôs com contundência ao programa agora em execução: "PONTE PARA O FUTURO".
Ouvi pela TV senado o seu pronunciamento, onde contestava todos os pontos ali propostos. À época, não consegui entender o alcance de tanta indignação de sua parte, o que hoje vejo com clareza e, quanta razão ele tinha.
O senador ao conclamar o povo para que adira aos seus credos há de convir que, como disse, é o trivial, é um mínimo necessário para um bom convívio social e exagerando um pouco, ouso dizer: era o que estávamos tendo.
O senador sabe que existe uma força que extrapola a força do povo, que é a força que emana dos 5 ou 10% que detém todo o poder econômico no pais. Esse poder consegue ou conseguiu de forma inteligente articular junto ao povo uma forma de coopta-lo, de traze-lo para as suas hostes.
Fez isso como? como sempre tudo vem sendo feito em nosso país. O povo elege políticos que em sua maioria, como aquele personagem do saudoso Chico Anísio, "ODEIA POBRE".
São a maioria e sequer se apresentam aos seus eleitores de fato. Geralmente se fazem representar por terceiros que virão a ter cargos e as vezes nem isso. De boa fé alguns e por outros interesses uma outra parte deles, vendem a imagem do representado e, por ele, assume compromissos e faz promessas que jamais virão ser cumpridas.
Caro senador, é angustiante ver o senhor e um pouco mais de meia dúzia dos seus pares defenderem apresentando fatos, incontestáveis na nossa compreensão e, ao mesmo tempo saber que de nada valerá ou valerão os seus esforços. Tudo já está previamente combinado, acertado. Por diversas vezes se flagra na cara dos que irão vencer, o escárnio aos apelos dos senhores.
Há um rosário enorme de derrotas que já nos cansam. O povo só conseguiu, até agora, vencer as eleições; depois disso somente derrotas estão sendo acumuladas.
O povo fez a sua parte, elegeu a presidente. Tudo que veio e ainda está vindo, foram os senhores políticos que decidiram.
A eleição do presidente da câmara, as pautas bomba, a aceitação do impeachment, a derrubada da presidente, o congelamento dos gastos públicos, a reforma trabalhista e em breve, a reforma da previdência que tal qual as outras, se apresentarão razões e motivos que a inviabilizam, mas que tanto como as outras, será aprovada; porque aqueles que votarão já estão devidamente cooptados, para não dizer: comprados.
É este meu caro senador o quadro que deve existir na cabeça de quantos, como eu, vem acompanhando esta "via crucis".
Louvo a sua garra, a sua tenacidade, a sua crença nessa busca por uma saída para este nosso problema; mas, o que para nós é problema, está sendo a solução para os que estão detendo o poder. Pois, só se fortificam a cada dia, se enraízam, se expandem.
Caro senador, há que se encontrar caminhos, eles devem existir, torço para que ele ou eles surjam antes que o pior aconteça, antes que uma nova nuvem escura sobre nós caia, pois pairando ela já está, faz um bom tempo.