segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Era janeiro...

Era um lago sereno...
Patos, gansos e marrecos se deleitavam em suas águas mansas e calmas.
Ali, parado, observando aquela placidez - quase paz - um homem..., só.
Era um começo de tarde.
Quanta serenidade nos inspira uma tarde assim.
O vento nas folhagens, quase um sussuro.
Os pássaros procurando o melhor local para o seu aconchego.
Longe, aquele canto triste - quase pranto - de um bem-ti-vi.
Os bem-ti-vis, ao entardecer, teem um canto que é: um lamento.
É como se estivessem - ou quem sabe - estejam a procura do seu par, que saiu e até agora não voltou.
Que faço eu - em meio à tanta beleza - triste.
Me torno, sem querer, parte desta paisagem.
Um homem só, sentado à beira do lago, observando o quê?
Bom que ninguém saiba, ao homem, pouco ou nada daquela beleza, consegue tocá-lo.
Motivo: está olhando para dentro de si...

10 comentários:

  1. Paisagem da superfície do (dis)conforto
    da alma?

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  2. É, era assim que ela estava. Acho até que um pouco mais que desconfortável, quase infeliz.

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  3. Tarefa difícil,deixar de lado os estímulos exteriores e, mergulhar na nossa interioridade.
    Ver o "dentro" como talvez, ele nunca teria sido visto, nunca teria sido analisado por nós mesmos, e num momento como esse, foi interrogado: onde estarão as ameaças, as fantasias não vividas, os laços cortados, os dizeres não ditos, o essencial estabelecido num julgamento quiçá, injusto.
    O exterior mostra uma quase completude: cântico de pássaros, a beleza de um lago, o maravilhar da Natureza.
    E a forma de compromisso, onde ficará de nós para conosco??
    Vamos abrir mão dela??
    E a necessidade e o grito pelo que está abandonado, ficarão sem solução??
    Onde colocarmos a resolução dos nossos conflitos??
    Iluminemos esse interior para que ele possa resplandecer e responder às belezas de tudo o que nos cerca...

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  4. Eu sinto nesse post um misto de sentimentos: uma alegria de vida e uma tristeza que não tem lugar nessa alegria... posso até me contradizer, mas às vezes me sinto assim, parte de algo tão grandioso e belo e no fundo, lá no fundo, um tanto vago, pela imensidão, pela profundidade...
    Abraços,
    Faby

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  5. achei seu blog zapeando entre outros blogs ou naquele link ali em cima: "próximo blog"
    muito legal. goste.
    fmz!

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  6. Olá Faby, encontrá-la aqui, é um enorme prazer.
    Sentí-la pulsando e dizendo coisas bonitas, também me emociona...

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  7. Olá Patrício, fico satisfeito que tenha gostado.
    Bem-vindo e apareça sempre que puder...

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  8. Caro Seve...

    Hoje, venho muito rapido retribuir a visita. Prometo que voltarei com tempo e ler sua prosa e entao farei meu juízo.
    Mas a minha presenca aqui, neste momento, é para lhe dizer que o seu comentário está guardado dentro do peito ecoando muitos sentimentos, ideias e pensamentos. Ainda nao lhe respondi no meu blogue mas prometo que op farei, como disse hoje estou muito sem tempo.
    Kandandu (abraco) e apareca sempre que desejar.
    Namibiano

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  9. Acabei lendo esta postagem... isto é poesia e muito boa qualidade. Continue, eu voltarei...
    Kandandu

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  10. Quanta honra meu caro poeta.
    Não apenas tendo-o como visitante e ainda mais se fazendo seguidor dos meus escritos.

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