sexta-feira, 3 de novembro de 2017

RETORNO

Depois de longo tempo consegui reabilitar este endereço que usava de forma regular anos atrás mas por imposições alheias à minha vontade tive que me ausentar.

Bom, este blog foi criado com a intenção de acompanhar os acontecimentos de qualquer ordem que se fizessem interessantes, a meu juízo, para serem comentados, analisados, criticados, etc...

por estes dias e a propósito do momento que estamos vivendo fiz um comentário que transcrevo aqui como meu retorno. Ei-lo:


Estamos vivendo um clima de convulsão social, está havendo quase uma ruptura de classes.

Sempre tivemos discriminação de todas as espécies, principalmente de cor, mais do que de raça.
As piadas racistas sempre existiram. Se fazia piada com portugueses e com negros.
Eram piadas todas risíveis, toleráveis por todos que eram alcançados por elas. Se convivia bem, apesar de serem, todas elas, infames; eram, toleradas e aceitas.

No Brasil de hoje, do politicamente correto, isto já não se dá mais. Nem nos grupos, onde há certa intimidade dos participantes, esta tolerância não há mais.
Os portugueses aos poucos foram reagindo às brincadeiras e piadas sem graça. Os negros também, embora com menos força, porém com o auxílio de leis, foram tornando essa prática ilegal; mesmo que, como se dizia, na brincadeira. O certo é que aquilo que até então era aceito como brincadeira hoje já não é mais tolerado.

O Brasil de hoje é triste e sem cor. Passamos por uma fase de crescimento com melhorias no campo social. Foi de forma pouco expressiva porém consistente, trazendo para os de menor poder aquisitivo uma melhora de vida, um pouco mais de dignidade em forma de bens materiais (utensílios domésticos), condições de moradia, educação e até lazer.
Um fato que era comum nas periferias, eram os mendigos; quer fossem nas residências (uma esmolinha pelo amor de Deus) ou às portas dos mercados (pague este pacote de fubá por favor), deixaram de existir enquanto durou o governo que deu atenção às causas sociais.

Durante este tempo, com o pouco que se fez, se permitiu chegar aos menos favorecidos um Brasil mais cordato, alegre e quase feliz. Neste período ficou muito difícil se conseguir empregados tanto na cidade (domésticos/as) como no campo (peões para lavoura).

Nesse novo panorama social onde a mão de obra embora ainda continuasse barata para aqueles que eram ricos de verdade, já afetava àqueles que apenas se achavam ricos e que representam uma grande parcela da população economicamente ativa. Encontrar empregadas domésticas ficou caro e escasso, no campo também isto aconteceu.

As políticas sociais então passaram a ser demonizadas, culpadas e atacadas pelos setores (classe média, média e média alta) que se sentiram prejudicadas por essa ascensão dos "de baixo". Passaram a frequentar lugares que, antes, só a eles eram reservados (restaurantes e aeroportos) e, em quantidade tal que chegaram, alguns, a protestarem abertamente tal "injúria"; viajar no mesmo avião que o porteiro do prédio em férias, se encontrar no mesmo restaurante que o mecânico da esquina.

Foram estas mudanças que, dentro de uma década transformou o Brasil de um país alegre (apesar da pobreza então existente) em um país raivoso e até odiento dos dias de hoje, É simplista esta explanação reconheço, no entanto, é verdadeira.

Muita verdade teve que ser abstraída par que não se tornasse prolongado o texto. Há porém, nas entrelinhas, todo um contexto que nos trouxe até este momento onde o ódio tem se feito presente em todos os lugares e em todas as classes.






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